Quais são as empresas que já associam suas grifes ao novo Papa latino-americano
Por Carlos Eduardo VALIM e Luciele VELLUTO
O lucro não é mais um pecado, como se pregava no passado. Ao contrário. O
Vaticano costuma oferecer oportunidades de negócios a algumas empresas
que o ajudam em suas ações. Uma prova disso é a Jornada Mundial da
Juventude, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de
Janeiro.
O evento, que pode receber o papa Francisco, no que seria sua
primeira viagem internacional, será uma bênção para as empresas que
resolveram pegar carona na escolha do primeiro sumo pontífice
latino-americano. Já fecharam cotas de patrocínio para a Jornada os
bancos Bradesco, Itaú, Santander, a rede de ensino Estácio, a agência de
viagens Havas, a TAM Viagens e a Ticket Restaurante.
Empresa fiel: em uma estratégia de marketing de oportunidade, a Panasonic instalou
um telão na praça São Pedro, no Vaticano
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Tanto interesse por estar no evento explica-se pelos números
superlativos do encontro de jovens. A estimativa é que 2,5 milhões de
pessoas – incluindo até um milhão de peregrinos vindos de fora da cidade
– acompanhem a Jornada de perto. É gente suficiente para movimentar R$
430 milhões em sua organização, patrocínios e gastos dos fiéis
forasteiros. “Com a expectativa de que o evento receba a primeira
aparição do novo papa na América Latina, trabalhamos com a possibilidade
do aumento de viagens e hospedagens no Rio de Janeiro”, diz Sylvio
Ferraz, diretor-comercial da TAM Viagens.
De carona: o papa Francisco dispensou o carro oficial e acabou chamando a atenção
para o modelo Phaeton, da Volkswagen
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A Ticket, por sua vez, fornecerá cartões pré-pagos para que os
peregrinos se alimentem, o que deve movimentar R$ 60 milhões. A rapidez
em saber lucrar com o novo papa pode fazer a diferença no caixa. “Vamos
fazer agora produtos nas cores azul e branco, pensando nos argentinos”,
diz Paulo Fernando Melo, dono da Jabuti Artigos Religiosos, criada para
disputar a concorrência para a fabricação de produtos oficiais, como
terços e relógios, da Jornada. Não só as empresas ligadas à Jornada
sabem aproveitar as oportunidades dadas pela Igreja.
A gaúcha Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, vende ao ano
500 mil garrafas de vinho de sua produção média de 23 milhões para a
celebração de missas em todo o Brasil. A empresa é, desde 1942,
fornecedora autorizada da Igreja no País. Já a japonesa Panasonic
colocou um televisor gigante na praça São Pedro, para o público
acompanhar o conclave.
Até quando quer mostrar desapego material, o papa
Francisco beneficia empresas. Foi o caso de sua primeira visita, como
papa, à Basílica Santa Maria Maggiore, na quinta-feira 14. Ele dispensou
o carro oficial, mas foi fotografado entrando em um veículo da
Volkswagen. A marca alemã agradece a publicidade de Sua Santidade.
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Acesso: 16/03/13
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