Marcos Feliciano bate boca com os opositores, ao lado o deputado Jair Bolssonaro em defesa do Feliciano |
Em meio a protestos, bate-bocas e questionamentos, o deputado e pastor
Marco Feliciano (PSC-SP) presidiu nesta quarta-feira (13) sua primeira
sessão como presidente da comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara.
Em quase duas horas de sessão, marcada pela intervenção constante de
movimentos sociais, o pastor pediu "humildes desculpas", um "voto de
confiança", aprovou requerimentos sem maior impacto e encerrou a reunião
por falta de quórum.
"Peço a todos e a todas que se alguém se sentiu ofendido por alguma
colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas e
coloco meu gabinete à disposição para dirimir quaisquer dúvidas", disse.
"Orientei minha assessoria a pautar assuntos que já vinham sendo matéria
de debates nesta comissão, e que incluísse alguns temas que vejo como
importantes para a defesa das minorias que reclamam a atenção das
autoridades constituídas, podendo atender anseios legítimos dos
movimentos sociais", completou, entre gritos de "não aceito".
OFENSAS
Feliciano chegou com atraso de meia-hora entre gritos de
"estelionatário", da ala de manifestantes contra, e de "pastor", da ala
de ativistas em seu favor. A reunião, em sua primeira hora, foi
interrompida diversas vezes tanto por um lado quanto pelo outro.
Feliciano pediu que ativistas se comportassem. "Eu sou presidente desta
sessão", disse, entre protestos. "Não cedo à pressão. Se os senhores não
pararem vou ter que esvaziar a sessão."
No entanto, deputados também se envolveram em discussões. Jair Bolsonaro
(PP-RJ) trocou farpas com o deputado Domingos Dutra (PT-RJ) e obteve de
ser apartado. Também foi Bolsonaro que ergueu um cartaz dirigido aos
manifestantes com as palavras "queimar rosca todo o dia". Seguranças da
Câmara tiveram de intervir.
A orientação inicial da presidência da comissão, segundo integrantes da
polícia legislativa, era que autorizassem a entrada tanto de evangélicos
quanto de opositores de Feliciano. Ativistas relataram, porém, que
tiveram o acesso à sala restrito, enquanto evangélicos puderam entrar e
ocupar lugares com antecedência.
Questionados se tinham vindo juntos, alguns manifestantes representantes
de igrejas evangélicas disseram que não eram obrigados a dar
informações. "A imprensa está querendo saber demais", disse um ativista
sem se identificar.
Houve, em grande parte do tempo, troca de ofensas entre ambas as partes.
Enquanto de um lado evangélicos se diziam "contra a ditadura gay", de
outro pediam "Estado laico". Um dos ativistas, pró-evangélicos, foi
retirado da sessão a pedido do deputado Mário Heringer (PDT-MG).
No final da audiência, ao ser questionado se gostaria de continuar na comissão, mesmo sob protestos, disse: "Será uma bênção".
REQUERIMENTOS
Ao todo, seis requerimentos, entre pedidos de audiência pública e envio de missões, foram aprovados pelos deputados.
Um requerimento que não estava previsto inicialmente na pauta, da
autoria do deputado João Campos
(PSDB-GO), contestava falas consideradas
"homofóbicas" do candidato à presidência da Venezuela, Nicolás Maduro.
A nota de repúdio, entretanto, não pôde ser aprovada por falta de
quórum. Última matéria a ser analisada, teve apenas 8 dos 10 votos
necessários para ser aprovada.
Acesso: 13/03/13
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