Entrada da exposição |
Apesar de ser sinônimo das escrituras sagradas, a palavra bíblia não é
um termo religioso e nem sempre serviu para designar os evangelhos.
O livro sagrado dos cristãos era conhecido simplesmente como
'escrituras' até que, em 1487, o termo foi grafado nas primeiras páginas
de uma edição para indicar que se tratava do texto retirado dos rolos
de papiro. E o nome ficou até hoje.
"A palavra 'bíblia' vem do grego 'biblion', que significa 'rolo'",
explica o empresário e bibliófilo Antonio Cabrera Mano Filho, que
disponibilizou um exemplar desta edição e outras obras raras para a
exposição "A História da Bíblia", em cartaz no Instituto Mackenzie
(centro de São Paulo).
Novo Testamento em grego editado por Erasmo de Roterdã |
Pequena, mas com peças interessantes e de alto valor histórico, a
mostra, que faz parte das atividades de comemoração pelo aniversário de
142 anos do Mackenzie, tem 39 itens, entre obras raras e curiosas,
cedidas pelo Museu da Bíblia e pelo colecionador.
Entre as obras mais antigas, estão expostos um fragmento do evangelho de
João do século 9º e uma edição do século 13, manuscrita em velino
(couro de ovelha).
"Uma bíblia como aquela precisava em torno de 500 a 600 ovelhas e demorava de 12 a 15 anos para ser transcrita", diz Cabrera.
Além da edição de 1487, podem ser vistas a bíblia Poliglota, uma versão
bilíngue de 1514 com textos em grego e latim, patrocinada pelo cardeal
Francisco de Cisneiros, a primeira edição do Novo Testamento em grego,
de 1516, realizada por Erasmo de Roterdã, e a primeira edição em
português, com 23 volumes.
Proprietário de uma biblioteca particular com cerca de 63 mil volumes de
obras raras, orientada para temas sobre religião, Cabrera diz que uma
de suas motivações é preservar a história.
"É um trabalho de gerações, de muita paciência. Tem que ir atrás,
participar de leilões, fazer intercâmbios." Muitas peças participam de
exposições no exterior pelo interesse que despertam. "Especialmente nos
EUA e na Europa há uma preocupação muito grande em preservar. No Brasil,
infelizmente, isso não acontece muito", diz.
Outra parte da exposição é dedicado a edições curiosas. Uma delas é a
menor bíblia do mundo, com apenas 8 milímetros. Guardada em uma
caixinha, vem acompanhada de uma lupa, para quem quiser se aventurar na
leitura.
Também está exposto um Novo Testamento à prova d'água, que fica
parcialmente mergulhado em um aquário. O livro é feito de material com
poliuretano que não deixa a água penetrar e não distorce a letra.
"Quem for para a praia, estiver na piscina, for a uma pescaria, já tem
uma bíblia que pode levar e não vai estragar", diz Cabrera.
Na saída, o visitante pode participar de uma edição colaborativa escrevendo um trecho da bíblia em um caderno. (DANIEL TREMEL)
A História da Bíblia - Centro Histórico Mackenzie, prédio 1, rua
Maria Antônia, 307, Higienópolis, São Paulo, SP. Tel.:
0/xx/11/2114-8661. Até 14/11. Seg. a sex., 10h às 20h. Sáb.: 10h às 17h.
Informações centrohistorico@mackenzie.br
Edição da bíblia em árabe |
Edição em rotuman, língua falada nas ilhas Fiji |
Edição em Naskapi, língua dos índios da região do Quebec, no Canadá |
Bíblia feita de material à prova d'água |
Acesso: 06/11/12
0 comentários:
Postar um comentário
Gostou do que encontrou aqui?
Comente este artigo que acabou de ler.
E não esqueça de recomendar aos seus amigos.