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Papa homenageia Lutero e diz trabalhar para impedir o crescimento das igrejas evangélicas

Papa celebra missa na Alemanha (AFP)

'O que não deixava Lutero em paz era a questão de Deus, que era a paixão profunda e a força de sua vida e de toda a sua trajetória', disse Bento XVI

O Papa Bento XVI reuniu-se nesta sexta-feira, em Erfurt, Alemanha, com vítimas de religiosos pedófilos. "O Santo Padre, consternado e chocado com o sofrimento das vítimas de abusos, manifestou seu profundo pesar por tudo o que elas e suas famílias passaram", assinala a conferência episcopal alemã em um comunicado, depois da primeira reunião entre o Papa e vítimas alemãs de abusos.

No ano passado, centenas de pessoas denunciaram abusos sofridos por padres alemães entre os anos de 1950 e 1980, quando eram menores de idade. Aos presentes, o Papa assegurou: "As autoridades da Igreja têm um interesse especial em esclarecer todos os casos de abuso e estão trabalhando na criação de medidas eficazes para proteger as crianças e os jovens".
Lutero - Horas antes da reunião com as vítimas, em um gesto surpreendente, o Papa homenageou Martinho Lutero. A atitude foi simbólica para os protestantes de Erfurt, cidade onde foi concebida a Reforma Protestante. 

Bento XVI discursou durante uma reunião de meia hora com vinte representantes da Igreja Protestante alemã. "O pensamento de Lutero e toda a sua espiritualidade estavam totalmente centrados em Cristo", disse o pontífice, que tem Santo Agostinho como uma de suas principais referências, o que o aproxima de Lutero.

Em seguida, o Papa concelebrou uma missa ecumênica na igreja medieval do convento onde Lutero foi ordenado padre em 1507. Diante de 300 personalidades, entre elas a chanceler alemã, Angela Merkel, (que é filha de um pastor protestante), e o presidente alemão, o católico Christian Wulff, Bento XVI convocou católicos e luteranos a valorizar o que os une diante de perigos como a expansão das igrejas evangelistas.

"Em um encontro ecumênico, deveríamos não apenas lamentar as divisões e separações, mas também agradecer a Deus por todos os elementos de união que ele conservou para nós", disse o Papa. Após a cerimônia, o presidente do Conselho de Igrejas Protestantes da Alemanha, Nikolaus Schneider, elogiou a "reabilitação de Lutero" promovida por Bento XVI, mas pediu avanços concretos no ecumenismo.
Ecumenismo - Desde que foi eleito, o Papa enviou sinais contraditórios em matéria da união entre os cristãos, um tema que domina seu país natal, onde os protestantes, principalmente luteranos, são tão numerosos quanto os católicos: 24,1 milhões, contra 24,6 milhões, respectivamente.

Pela manhã, o bispo de Roma pediu um diálogo maior entre o cristianismo e o islã. À tarde, 90.000 fiéis católicos receberam o Papa em torno do santuário mariano de Etzelsbach, na região de Eichsfeld, reduto do catolicismo nos tempos da Alemanha comunista.
(Com agência France-Presse)
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1 comentários:

Armando Marcos disse...

isso é um vergonha! Lutero se soubesse do que acontece lá hoje morreria de novo ao receber elogios justo do Papa! como se une luz e trevas?

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