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Pastor, homem de Deus

O Homem de Deus prega  a palavra


 






























Palavra ministrada no Conselho de Pastores de Uberlândia, dia 1/09/2009. É uma palavra adaptada da que foi ministrada na igreja do Jardim das Palmeiras.

"Certo dia Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica, que o reteve para comer. Todas as vezes que passava por lá, entrava par comer. Disse ela a seu marido: Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus" – 2 Reis 4:8-9

A grande figura neste livro é o profeta Eliseu, discípulo e sucessor de Elias. E sua presença é muito forte nesta história linda e cheia de detalhes.

Esta história mexeu comigo. Alguns meses atrás, eu estava passando por uma forte crise de frustração e de desânimo, quando na reunião do CONPAS um pastor ministrou a palavra com base neste texto. A Palavra mexeu comigo e eu saí da reunião mais fortalecido e leve. Quatro versículos chamaram minha atenção e um deles é o verso 9 como mensagem de Deus para esta noite. O verso 9 diz: "... ela disse ao marido: "Sei que esse homem que sempre vem aqui é um santo homem de Deus". Me impactou a atitude da mulher e seu marido. Olhem o detalhe: a mulher e seu marido reconheceram Eliseu como O SANTO HOMEM DE DEUS.

Todos aqui somos pastores. E damos graças ao Senhor por sermos chamados e ordenados pastores. Pastor é um ministério. É um cargo com uma função definida. Mas, Deus nos chamou e fomos ordenados, por que fomos achados pela misericórdia dele como HOMENS DE DEUS. Eu, pessoalmente, preferiria ser reconhecido na minha casa, entre a minha parentela, nos meus relacionamentos sociais e profissionais e, principalmente, na igreja como HOMEM DE DEUS e não simplesmente como PASTOR. Aliás, eu tenho certa alergia a títulos... Minha função de pastor não resultará em frutos aprovados por Deus, se eu não tiver palavras e comportamentos de um homem segundo Deus. Não é a minha facilidade em ensinar, nem o meu muito trabalho nas atividades da igreja que me capacitam ao pastorado. Mas o MEU CARÁTER DE HOMEM DE DEUS.

Tenho pensado muito mais do que nunca que a Igreja, hoje, mais precisa de HOMENS DE DEUS, do que administradores inteligentes e criativos; do que empresários do Reino.

É verdade. Vivemos numa época de grandes transformações da igreja. Ela se modernizou. Passou a usar recursos da moderna tecnologia nos seus cultos. Saiu do anonimato. Foi para a televisão. Tornou-se mais politizada e mais política, em muitos casos. Nada de mal. A questão é a motivação.

A igreja moderna possui grandes templos. É informatizada. Mudou o formato dos cultos. Os conjuntos musicais se chamam “bandas”. E os púlpitos são ocupados por doutores e mestres ou, pior, por animadores de programa. A igreja atual não está mais nas mãos dos pobres. Hoje ela ocupa um lugar de prestigio na sociedade. Os pastores modernos usam roupas de grife, viajam de avião. Nada de mal nisto! Antes a Bíblia era desgastada, surrada, o pastor pregava nas esquinas. Hoje se usa menos a Bíblia e mais e mais o projetor de multimídia. A mensagem também mudou. Antes, falávamos de Jesus salvador, de cruz. Hoje, se fala de prosperidade. Hoje, ser fiel a mim mesmo ou à minha igreja é mais importante que ser fiel a Deus. A Teologia da prática ocupou o lugar da Teologia Bíblica. A busca do crescimento valorizou o método das técnicas de marketing acima do poder de Deus. Antes, se falava em conversão e no sangue de Jesus para limpar o pecado, hoje, se promove exercícios de regressão psicológica como instrumento para se começar tudo de novo... A igreja deixou de ser missionária no sentido de levar o evangelho às nações. E o crescimento da igreja local é a prioridade. O crescimento rápido tirou a visão missionária. Nada de mal em buscar o crescimento da Igreja. O perigo está no processo e na motivação.

A igreja mudou. A visão de Igreja mudou muito. Todavia, o que se observa é que o povo está vazio de Deus. As pessoas precisam encontrar, na Igreja, a resposta para suas perguntas mais íntimas. Elas precisam encontrar, na Igreja, aquilo que é capaz de encher seu coração vazio. Nós, os pastores somos os responsáveis para que a igreja recupere o seu papel. A Igreja é a noiva de Cristo, por quem Ele deu sua própria vida, a fim de que ela fosse pura e sem mácula. E Ele deu para a Igreja pastores e mestres, para que eles, na qualidade de ministros de Deus, pudessem conduzir homens e mulheres, como um só corpo, no caminho do céu. Paulo diz: “Assim pois, importa que os homens nos considerem ministros de Cristo – homens de Deus - e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se requer dos administradores é que cada um seja achado fiel” - 1Coríntios 4.1,2.

Certo dia, uma irmã chamou seu pastor para orar por uma pessoa enferma no hospital. Quando o pastor chegou, a senhora olhou para ele e perguntou-lhe: “Pastor, o Senhor é um homem de Deus?” Ela sabia que ele era um pastor, porém sua pergunta é muito profunda. As pessoas não estão muito preocupadas em saber se você é um pastor, um mestre de teologia, um doutor. De acordo com o que disse Paulo, é importante que os homens nos considerem MINISTROS DE CRISTO. Nosso alvo é que cada um seja conhecido como um homem de Deus.

A Bíblia fala do homem de Deus e define pelo menos três funções importantes que o HOMEM DE DEUS deve desempenhar na sua igreja. São distintas, mas têm a mesma importância em sua relação com a igreja.

Primeira: a FUNÇÃO PROFÉTICA.

A função do profeta era falar em NOME de Deus, e falar a PALAVRA de Deus para o povo - 2Timóteo 3.16-17.

A profecia do Antigo Testamento recebeu sua forma na vida e na pessoa de Moisés. E Moisés passou a ser o padrão de comparação para todos os profetas do futuro - Deuteronômio 18.15-19. Um profeta, um homem de Deus, possuía as seguintes características:

A. Ele recebeu uma chamada específica e pessoal da parte de Deus - Êxodo 3.1-4.17; Isaías 6; Jeremias 1.4-19; Ezequiel 1-3; Amós 7.15,15. Há muitos se chamando...

B. O objetivo e o efeito primário da chamada era uma introdução à presença de Deus - (1Reis 22.19; Jeremias. 23:22; Amós 3.7. O profeta aparecia perante os homens na qualidade de um homem que se apresentara perante Deus - 1Rs. 17.1; 18.15; isto é, ele sai da presença de Deus para apresentar-se ao homem com um recado divino, não com uma palavra sua. Ao contrário disso, muitos líderes não acham tempo ou se desleixam de passar um tempo na presença de Deus com a sua Bíblia e sua oração.

C. Esteve preocupado com o bem estar de seu povo - Êxodo 2.11ss; Deuteronômio 24.19-22; Levítico 19.9. Muitos são semelhantes aos filhos de Eli.

D. A mensagem profética era uma combinação de proclamação e predição.

E. O profeta era também chamado de Homem de Deus - Deuteronômio 33.1; 1Samuel 2.27; 9.6; 1Reis 13.1; 2Reiss 4.9. Muitos se orgulham do exercício da liderança e poucos se cuidam de se apresentarem como HOMENS DE DEUS.

Um pregador, quando abre a Bíblia, fala a palavra do Senhor. Por essa razão, é também um profeta de Deus. O ministro de Deus deve abrir a boca e dizer: “Assim diz o Senhor...” Muitas vezes os profetas deviam ser ousados e inflexíveis com o pecado e declarar aos homens a vontade de Deus assim como, também, declarar-lhes seus pecados. Seu ministério principal no Velho Testamento era denunciar a impiedade -1Samuel 15.10,16-19; 2Samuel 12.7-12 - e reprovar aos ímpios - 2Reis 17.13; 2Crônicas 24.19; Jeremias 25.4,5. Isso nem sempre é agradável e muitos profetas foram perseguidos por essa razão.

O HOMEM DE DEUS, de uma maneira geral, deve buscar entendimento da mensagem profética. Para o profeta Ezequiel, Deus falou da seguinte maneira: “Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel... e tu lhes dirás: assim diz o Senhor - Ezequiel 2.3,4; 2.7 -, e lhes dirás as minhas palavras, e eles, quer ouçam ou deixem de ouvir, porque são casa rebelde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta. Mas tu lhes dirás as MINHAS PALAVRAS”. O nosso povo pode dizer que, no meio dele, há um profeta?

Havia uma dupla consciência nos livros dos profetas: por um lado, aquelas eram as palavras que Deus dera ao profeta. Deus escolhera aquele homem para ser seu porta voz. As palavras são palavras de Deus. Por outro lado, aquelas são as palavras de um determinado individuo, proferidas em determinada ocasião, sob certas circunstancias. Ou seja, os profetas tinham nomes. Não eram anjos... Os profetas estavam seguros de que as palavras de sua boca eram a Palavra de Deus. E, importante, a forma de pronunciá-las só pode acontecer com homens que estiveram presentes nos conselhos de Deus e ali receberam o que deviam dizer sobre a terra. A experiência básica do profeta era: VEIO A MIM A PALAVRA DO SENHOR, DIZENDO... ASSIM DIZ O SENHOR...

Está claro que Deus é o autor das palavras que ele diz. Profetizar é declarar aos homens o que Deus pensa. Assim, na sua função profética, o ministro de Cristo – o Homem de Deus - é aquele que deve declarar aos homens nada mais nada menos que a Palavra de Deus.

Segunda: a FUNÇÃO SACERDOTAL - 1Pedro 2.9.

A diferença do profeta e do sacerdote consistia no seguinte: o profeta era o representante de Deus perante o povo. E o sacerdote era o representante do povo perante Deus.

As verdadeiras características do sacerdote consistiam no seguinte:

A - o sacerdote é tomado dentre os homens para ser seu representante;
B - é constituído por Deus, cf. Hebreu 5.4;
C - age no interesse dos homens, nas coisas pertencentes a Deus, isto é, nas coisas espirituais;
D - sua obra especial consiste em oferecer dádivas e sacrifícios pelos pecados".

O sacerdote também fazia a intercessão pelo povo - Hb 7.25 - e os abençoava em nome de Deus – Levítico 9.22.

É interessante notar, ainda, que os sacerdotes só entravam no santuário para fazer intercessão pelos pecadores, DEPOIS DO SACRIFÍCIO FEITO EM SEU FAVOR; visto que, só nessas condições, Deus lhes poderia ser propício. Nisso,foi também entendido que a obra intercessora de Cristo tem por base o seu sacrifício expiatório, como ficou revelado no fato de que a cruz precedeu a sua ascensão ao céu. Penso que, da mesma maneira, o HOMEM DE DEUS, antes de ministrar a Palavra, deve ministrar a si mesmo. Deve examinar-se para saber se sua vida bate com a Palavra que vai ministrar.

A escritura, mais uma vez, é clara com respeito a este ofício de Cristo. O Velho Testamento prediz e prefigura o sacerdócio do Redentor vindouro - Salmo 110.4 e Zacarias 6.13. Embora o título de sacerdote aplicado a Jesus apareça no Novo Testamento unicamente na epístola aos Hebreus - 3.1; 4.14; 5.5; 6.20; 7.26; 8.1 -, muitos outros livros do Novo Testamento se referem à obra sacerdotal de Cristo. Cristo exerce o ofício de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, sem mácula a Deus, para ser a propiciação pelos pecados do seu povo, e fazer contínua intercessão por esse mesmo povo. O pastor – homem de Deus – poderá ter um sacerdócio eficaz, se tomar consciência que ele não se pertence. Mas foi chamado a se entregar em sacrifício para suas ovelhas.

São três as tarefas principais do sacerdote:

Primeiramente ele deve tomar conta do TABERNÁCULO. Isto significa que uma de suas tarefas é acender e conservar acesas as lâmpadas do santuário – Êxodo 7.20,21; Lv 24.3,4. O tabernáculo é cada uma de suas ovelhas. Outra de suas tarefas é cuidar do ALTAR e oferecer os sacrifícios pelo pecado - Número 18.1,5,7; 2Crônicas 35.11; Hebreus 5.1. E, por último, manter sempre aceso O FOGO DO ALTAR - Levítico 6.12,13. Embora estas tarefas fossem práticas na vida do sacerdote do Antigo Testamento, elas servem como analogia das funções pastorais hoje.

A segunda função do sacerdote era abençoar o povo - Números 6.23,27. Abençoar o povo significa ministrar sobre eles, orar com eles e por eles. Ministrar bênçãos e não condenações.

A terceira função do sacerdote era fazer intercessão pelos pecados (- Números 16.43,48; Hebreus 10.11. O sacerdote oferecia os sacrifícios pelos pecados do povo e orava em particular com Deus pedindo o perdão para a congregação. Essa função sacerdotal do homem de Deus é muito importante para as pessoas em qualquer igreja. O pastor – homem de Deus – nunca pode deixar de interceder, de orar, por cada um do povo entregue a ele.

Terceira: a FUNÇÃO PASTORAL

A função do pastor é apascentar. Jesus disse para Pedro: “apascenta minhas ovelhas”. Apascentar é levar ao pasto, guardar, enquanto está no pasto, ensinar, exortar, entreter. E Pedro deixou para nós a máxima: “Apascentai o rebanho de Deus, não por constrangimento, mas como guias do rebanho” - 1Pedro 5.1. E Paulo disse aos presbíteros : “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual Ele comprou com Seu próprio sangue” - Atos 20.28. Quando João escreveu a segunda epístola, dirigida a Gaio, ele disse uma coisa muito importante, a qual refletia o coração pastoral do apóstolo: “Não tenho maior gozo do que este, de ouvir que meus filhos andam na verdade”.

Muitas vezes, o pastor não é reconhecido por alguns. Porém o seu gozo ninguém pode tirar. E, quando olhamos para trás, podemos ver as vidas daqueles a quem ninguém anunciou o evangelho. Podemos ver melhor a função do pastor usando a analogia do salmo 23:

a. Nada me faltará – o pastor dá suprimento às necessidades básicas das ovelhas;
b. Guia-me – dar direção, rumo
c. Refrigera a minha alma – provê descanso para o cansado – lazer
d. Dá segurança – o mundo está inseguro, desorientado. Ovelhas sem pastor
e. Estás comigo – companheirismo. Pastoreio não é detrás do púlpito. É caminhar junto, é ser disponível
f. Exortar – a vara e o cajado significam tanto a exortação como a orientação.
g. Preparas uma mesa na presença dos adversários - Apoio na hora da angustia
h. Unges a cabeça – refere-se tanto ao alimento espiritual como à cura das feridas

CONCLUSÃO

Existem muitos falsos homens de Deus hoje, que podem vir somente trazendo coisas boas, apresentando um falso amor com o objetivo de enganar. Hoje, necessitamos ter muito cuidado. Por isso o texto de Hebreus diz, em 13.7“Recordai-vos de vossos pastores que vos falaram a Palavra de Deus, considerai qual foi o resultado de sua conduta e imitai a fé que tiveram. Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles pois velam pelas vossas almas, como quem tem de dar contas a Deus, para que o façam com alegria, não queixando-se, porque isto nos é proveitoso”.

E Paulo arremata em Efésios 6.19: “Orai também por mim, para que me seja dada, no abrir minha boca, a palavra, para com ousadia fazer conhecido o mistério do evangelho”.

Que o Senhor nos dê propósitos e venha conosco!
Euler Pompeu De Campos
Uberlândia - MG
Textos publicados: 1 [ver]

Site: http://wwwcasaiscompropositos.blogspot.com
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1 comentários:

Marcos Crecchi disse...

Os vendilhões do templo só pregam ao gosto do freguês!

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